...REJOI AND BE GLAD...

Quero acreditar que os milagres acabam por chegar! Quando nem sempre os esperamos, mas quando mais precisamos deles! Chegam com a mesma intensidade com que os queremos receber... e com a dimensão exacta do que fizemos para os merecer!

24.7.08

Senhor (deus) dos Mares.


Seja por influência das luas, das marés, dos deuses, das hormonas (ou de que outros raios de coisas) que nos influenciam, mas acordei um bocado estranha!
Nada de novo, e entendes-me, principalmente se fores mulher.
Nada de novo se também és dos que absorve as energias de tudo.
Bem cedo já estava a trabalhar, enclausurada no betão, no barulho das obras e nas palavras com que lido e as quais nem sempre entendo. Mas o mal-estar não abrandava…
Quando finalmente a hora de almoço chegou, notei que ou faria dela algo de bom ou ia ser a única responsável por uma tarde de “neura”.
(Infelizmente tenho neuras brutais! Não sobreviveu ninguém para falar delas senão eu-zinha da Silva)
Corri para perto da agua, com o MP3 enfiado nas orelhas até ao cérebro!
Parei junto ao rio e o relógio parou comigo durante uma hora para que eu visse os barcos atracar no cais, para que visse o transito bulir, infernal, sob o calor seco e o passo apressado de quem passava sem me ver!
Com uns minutos de sol, senti a bateria a carregar de energia positiva.
Uma visita inesperada, mas distante, apaziguou-me o saltitar do coração e despertou-me para as horas.
A tarde não foi de tortura!

Rodei a chave de casa e pousei as tralhas (que se coleccionam sozinhas por mais que me tente livrar delas)…
Os patins estão parados, a bicicleta também.
Estou sem energia e sem vontade!
Meia cheia e meia vazia de qualquer coisa, que nem imagino o que é!
A prancha enfeita a parede e combina com a cor do vento que atravessa os cortinados!
- “ A minha vida não pode ser isto! Raio de dia! Vou ter uma conversa com o deus dos mares!”
Reuni as tralhas outras vez, peguei na prancha e troquei o salto alto pelo chinelo de enfiar no dedo do pé!
Voei pela ponte até à praia, vesti-me à pressa e mergulhei!
- “Can"t you feel my heart is beating?” – Cantei bem alto depois de me afastar dos que já lá estavam, o mais que pude.
Chorei até o rímel, esquecido, escorrer para a prancha…
Olhei em volta e agradeci.
Rezei…
São rituais estranhos para qualquer mortal. Mas para mim, são coisas indizíveis. Momentos perfeitos… Tão perfeitos que poderia morrer ali… Morrer de “tão feliz”.
Conversei com ele. Ele ouviu-me…
Recebi o que tinha para mim e consegui surfar como nunca o tinha feito. Toda a minha felicidade natural voltou.
Tanto tempo ali fiquei até que me senti realmente, verdadeiramente, completamente vazia!
Vazia de tudo. Até de forças...
Agora sim! Estava pronta para sair, vazia, e voltar a encher-me (de coisas boas).
Lamento senhor deus dos mares, se te carrego com o meu “fardo”, mas tu e só tu consegues lavar-me a alma e trazer-me a pureza de volta!
Serei para sempre tua! Porque sou também uma parte de ti...
E tenho saudades! :)

2 comentários:

Anónimo disse...

Chavala, tu és mágica! Se calhar não sabes, mas és.
Gostei das descrições sobre os pequenos momentos da tua vida. Tens uma religião propria que não comprendes muito bem (também não é preciso). Chama-se magia.
Bem, por agora terminei o meu momento de relax, tu com prancha no mar, eu com o pc num blog qualquer... Vou bazar porque "a vida está lá fora", como diz a música.
Talvez um dia volte (qui ça).

Anónimo disse...

Como vai a tua "vida lá fora"?

Deixo a pergunta... porque... (qui ça, voltas!)

Boas "viagens"...