...REJOI AND BE GLAD...

Quero acreditar que os milagres acabam por chegar! Quando nem sempre os esperamos, mas quando mais precisamos deles! Chegam com a mesma intensidade com que os queremos receber... e com a dimensão exacta do que fizemos para os merecer!

19.8.08

Sentidos & Elementos...

(Desligo-me deste mundo para escrever.)

Terra (metal e madeira), água, ar, fogo e éter…
Visão, olfacto, visão, tacto, gosto e fé…

(Em segundos volto atrás.)

Cheirava a maresia quando me resolvi e recolhi as coisas.
(Estou lá!)
Tudo está estranho e só o odor que vem de dentro do saco, com fruta, me acalma o nervosismo. É o único que reconheço…

Caminho para o mar e não deixo pegadas.
O mar está gigante. Cospe fúrias de espuma, e dores e mágoas.
Fecho os olhos.
Curvo-me perante ele e levo-o à boca.
Não está mais frio que o costume, mas está mais salgado!
Esmaga-se em fúria aos meus pés, recusa-me por piedade e deposita na areia, dura e suja, atrás de mim, todas as tristezas do mundo.

Despeço-me num gesto de respeito e de entendimento. Não é dia para brincadeiras.

Também não suporto olhar em volta e ver tantas tristezas! Basta!
Não quero ver mais!
Fecho os olhos e caminho para casa, descalça.
Uma hora pelo menos, ao meu ritmo de agora, por um caminho em que tenciono não ver, mas desejo ser sentida ao passar.

Subo as rochas e cheira a pó. Depois a café e mais à frente a alcatrão.

Os elementos estão em fúria. A ira que paira no ar, apalpa-se.
A madeira agita-se e o que se respira não está puro!
O vento está em fúria, como o mar.
O sol ferve e incendeia a estrada.
Sopram rajadas de todas as direcções. Suponho que levam os lamurios para longe… que depois se quedam no mar e que este cospe na areia, num vómito dorido e penoso…
Não sei o que se ouve no mundo, nem para onde correm ou de que falam as gentes.

Fecho a boca e sigo o meu caminho em silencio… Deixo que a fé faça a sua parte.
Sigo um caminho, um rasto de éter, um atalho, pensado, para casa.

Um após outro sinto-os, sei-os, vejo-os sem precisar de olhar…
Cheira a fumo de carro e restos de mar, depois a relva cortada e sombra, tinta fresca da passadeira, a jornal e plástico de bóias, a tremoços, amendoins e gasolina. Paro para a cheirar um pouco mais.

O chão está frio, estou na sobra.
Retomo o caminho e o vento muda de direcção.
Mais fumo de escape, mais cheiro de gente e de cigarro.
Entre milhares não encontro o cheiro que mais amo… Cheira a perfumes que não conheço e a óleos de bronzear.

Inicio a subida e alguém está a cozinhar numa varanda ou num jardim, cheira de novo a erva, a relva, a frutos que nascem nas árvores sem serem tratados. No cimo da subida, depois do intenso odor a erva seca, doem-me os pés, finalmente, e cheira a pão quente.
Sinto fome.
Da mala tiro mais uma peça de fruta e cheiro-a. Depois paro de o fazer e, como-a.
O muro ao qual me encosto está velho. Quase tanto quanto eu! Cheira a antigo, a bafiento e a bolor! Deve estar virado para a sombra o ano inteiro. Lamento...
Não cheira a flores nem a casa habitada. Tomara não se decida a ruir agora.

Passo pelo cloro da piscina. Pela terra molhada…
Mais carros, mais pó, mais gente, mais lixo.
De novo, terra molhada com água canalizada… Também cheira bem mas não é o mesmo que terra molhada por chuva. Mas a chuva também não vem hoje, e isso quem diz é o vento. Acredito nele e sigo em frente.
Há vidros no chão mas não calço os chinelos.
Entre um pedaço de passeio e outro crescem ervas abundantes!
Suponho assim que ali não passa gente!
Só ao lado, na estrada, nas suas viaturas potentes, de metal e de futilidade!

Caminho sem pressa. Sinto falta de algo…

Finalmente sinto o chão liso e limpo. O mesmo que sinto quando me sento na rua. Estou perto… tão perto…
Subo os degraus de mármore, que está frio como sempre.
(Hoje, não me importava de ser como ele).

O cão do 1º andar, continua aprisionado numa varanda que aprendi a odiar tanto quanto ele. Respira apenas para sobreviver!
(Como amava arrancá-lo de lá.)

As pontas dos dedos sabem o código da porta de cor, que se abre para eu passar.
O vizinho não está em casa. Não cheira a alcool. Ainda bem.

Cheira-me a Lara cansada e vai saber bem saltar para o banho.
Estou em casa, a chave cabe, a porta abre e cheira a mim…
Bom ou não, cá estou eu.
Cheguei!

4 comentários:

Anónimo disse...

Penso que estou farta de pensar
Penso que em tudo penso
E que em nada deveria pensar..

Oiço a minha mente a matutar
Sobre assuntos secretos
Oiço os seus passos barulhentos
De um lado para o outro
Como um puro relógio em andamento..

Tenho duas vozes dentro de mim
Dois caminhos por escolher
E não sei qual deles me fará
Finalmente perceber
Que tenho mesmo que escolher..

Indecisa, quanto à minha escolha
Perdida, quanto ao meu Eu..

Ando nas ruas
Como uma anónima
Pensando constantemente
Em que caminho seguir..
Mas tenho medo de me perder
E de nunca mais me compreender..

Ambos os caminhos são de difícil escolha
Um diz para me libertar,
O outro diz para eu quieta ficar..

Qualquer um escolheria a liberdade?
Mas e se esta não for livre?
Pode ser quanto ao corpo
Mas não o ser quanto à alma..

Quero ser livre e consciente disso
Não quero dor nem sofrimento
Então decido que devagarinho
Vou limpando a minha mente
Ficando quieta
E dando tempo ao tempo..
Mas..

Será que ainda tenho tempo??


Namasté

Bjnhs

Maria :(

(num dia muito cinzento..)

Lelita disse...

beijo meu amor

Anónimo disse...

oi lara...passei apenas para te dizer k o teu blog está excelente...parabens...e beijos para ti linda...podes crer k serei um visitante assiduo do teu blog...fica bem amiga

Posso ajuda? disse...

Obrigada Paulitooooo...
:)
Fui ao teu "Space" matar as saudades e ver as fotos que me deixam em transe!

Quando nos cruzarmos de novo, ARRASTO-TEEEEEE para um trelele a beira-mar!

Mil beijos!
(Estas melhor?)