Não!
Isto não tem nada a ver comigo!
(Não me atreveria a inventar tal frase!)
Acabei de ler dois livros!
Vou escrever sobre literatura (e pode ser que valha a pena leres, e procurares algo só teu).
Um, “A casa dos espíritos”, levei três fases de lua a ler!
Julgo até que li nele páginas que não existem. Lembro tudo com uma clarividencia anormal em mim! Parece que li, vi e vivi, folhas, histórias, tragédias, amores sublimes e mortes... que encontrei por lá sem estarem escritos.
A autora é boa! Escreve maravilhosamente! A história é, se lida de verdade, de longe melhor que o filme (que por coincidência foi em parte filmado no Alentejo).
Mas não é desse que venho falar!
O outro, “Mulheres de fogo”, li-o hoje. Demorei meia maré!
Não é bom, não está bem escrito e, na minha (i)modesta opinião, fala de mulheres (não de fogo) que em comum tem duas simples coisas: serem “famosas” e “alcoólatras”!
Mas, COMO EM TUDO NA VIDA, do mau, retiro o BOM…
E do livro, que aparentemente não tinha nada, saiu isto:
“ Parem a terra, que eu quero descer!”
“ Eu escrevo para fugir ao que me desagrada (...) Ele também escreve. (…) E oiço uma voz interior que me dita as palavras, as frases.
“ As cartas”, dizia Kafka, “também não são para ser lidas, mas para afundarmos o rosto nelas e perdermos a razão.”
“ Escrevo agora uma carta póstuma. Um impulso que se apoderou de mim, não sei porque. A vontade de escrever não tem explicação. É como a vontade de rir, de cantar ou de chorar (…) Que calamidade termos sentimentos, emoções, medos, saudades, mais todo o desfile de fantasmas! Como fazer para nos vermos livres disto? De toda essa tralha da vida íntima, toda essa quinquilharia da alma, que carregamos às costas contra a vontade?… Deveríamos deixar de crer, de uma vez por todas, que a “prisão é o nosso quarto”. Não, a prisão somos nós mesmos… ”
“ A minha visão do mar era a coisa mais clara que possuía. O mar fala-me de prodígios e de terras distantes.”
“ E se o tempo está bom, fico feliz como uma garota. Coisa estranha, esta influencia do tempo nos estados de espírito! (…)”
“ Vazia de ti, qualquer casa é atroz…”
“ As mulheres gostam de revoltas”, dizia, “ Mas pode alguém travar a Primavera?”
“ Quando sei coisas que preferia ignorar, fico doente!”
“ Prometeste gostar de mim quando eu fosse velha. Pois velha já eu sou, meu amor.”
“ Aquela vida violenta e atroz tinha um peso insuportável. Eram madrugadas a mais, manhãs baças a mais. E aquele tumulto dentro da cabeça. Os pensamentos que não se conseguem arrumar. Só queria ir para casa (…)”
“ Como foi que aqui chegamos?”
“ A morte é sempre a mesma, mas cada um morre à sua maneira.”
Como vão as vossas leituras? Algo de bom nessas “vossas páginas”?
2 comentários:
"Cemitério de Pianos" - José Luís Peixoto
"Ternura, morte e renovação – eis as notas que pautam um romance cheio de música e ritmos peculiares sentidos na pontuação e construção das frases.. palavras que respiram, correm e desfalecem ao compasso da vivência das personagens, numa melodia que ora comove e revolta, ora nos faz sorrir e angustia (...) Não é um romance fatalista. É o ciclo redentor da vida escrito sem pudores.."
"à procura, procura do vento. Porque a minha vontade tem o tamanho de uma lei da terra. Porque a minha força determina a passagem do tempo. Eu quero. Eu sou capaz de lançar um grito sobre mim, que arranca as árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos, que trespassa o mundo. Eu sou capaz de correr através desse grito, à sua velocidade, contra tudo o que se lança para deter-me, contra tudo o que se levanta no meu caminho, contra mim próprio. Eu quero. Eu sou capaz de expulsar o sol da minha pele, de vencê-lo mais uma vez e sempre. Porque a minha vontade me regenera, faz-me nascer, renascer. Porque a minha força é imortal."
"nem sequer é impossível. A verdade como o silêncio, existe apenas onde não estou. O silêncio existe por trás das palavras que se animam no meu interior, que se combatem, se destroem e que, nessa luta, abrem rasgões de sangue dentro de mim. Quando paro de pensar e me fixo, por exemplo, nas ruínas de uma casa, há vento que agita as pedras abandonadas desse lugar, há vento que traz sons distantes e, então, o silêncio existe nos meus pensamentos. Intocado e intocável. Quando volto aos meus pensamentos, o silêncio regressa a essa casa morta. É também aí, nessa ausência de mim, que existe a verdade."
Namasté
Bjnhs**
Maria
" O lado Selvagem"
Uma história veridica, de liberdade e introspecçao.
"tinha razao em dizer que a unica felicidade certa na vida é viver para os outros...E depois, mais importante que tudo, tu para companheira, e filhos, talvez - que mais pode o coraçao de um homen desejar?"
Só é pena a Personagem deste livro ter descoberto tal facto perto da sua Morte.
Lino (Madeira)
Beijo minha Linda
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