AMIZADE:(finalmente, atrevo-me a escrever sobre ela).

VERDADE!

Finalmente atrevo-me a vir escrever sobre "ISTO".
Lerá isto quem quiser descobrir um novo “OLHAR” sobre o assunto.
Quando liguei o computador trazia três exemplos/pessoas na cabeça, mas a cada tecla que uso vem-me outro, e outro, e outro nome…
Por isso vou deixar que as pontas dos dedos escrevam o que querem.

Inicialmente pensei em duas mulheres e num homem.

Mea culpa...
Nunca acreditei na amizade!
Pelo menos não mais do que acreditava numa outra série de coisas.
(Que existem na teoria mas na prática acabam por nunca funcionar!)
Passei a aceitar a amizade, já era bem grandinha, como uma “verdade absoluta” (com a margem de erro que a ignorância permite), após passar a olhar em volta e querer vê-la.

Simplesmente não lhe chamo amizade… chamo de AMOR!
Mais uma das infinitas e inenarráveis possibilidades que o “amar” nos proporciona.

Destas três pessoas, duas estão muito longe e uma delas muito perto.

E afinal continuo a pensar nelas mais que outras (para escrever este texto) porque são completamente diferentes, porque cresceram e amadureceram em tempos diferentes, porque cada um deles é um universo sem fim, que respeito acima de tudo.
Porque os carrego às costas, ao colo, ao peito... e acompanham cada um dos meus passos.
Porque me lembro delas quando vejo coisas bonitas…

De fora deixo algumas pessoas (como o meu pai-o meu maior amor (Froid chamou-lhe complexo de Édipo… Tolo! Possivelmente não teve a sorte de ter um pai que o amasse incondicionalmente, como eu!).
Deixo pessoas que já partiram…
Pessoas com quem convivi pouco tempo e que não vejo há anos…
Pessoas com quem estou horas e horas por dia…
Seres que partiram para outros lugares mas que estão cá dentro…
Pessoas que me ensinaram o amor, ou a luta, ou a derrota...
Deixo de fora sorrisos e momentos (que ainda únicos, levarei comigo para a eternidade como se tivessem acontecido ontem)...
Ou os que ainda não chegaram à minha vida...
E os que estão (a "fazer as malas") para partir!…

Mas de uma forma ou de outra TODOS VOCÊS ESTÃO NESTE TEXTO.

ELA, conheço-a desde os meus 9 anos. Tem mais de 15 anos que eu, e é a esposa do meu pai. Resumindo: é aquilo a que se chama de madrasta e chegou definitivamente à minha vida quando eu tinha 10 anos (eu, nada lhe facilitei a vida), para não mais sair dela.
Amo-a, com todo o meu coração e mais algum amor que apanho no ar.
E para além de ser tudo isto, deu à luz um ser maravilhoso que ainda não aprendi a descrever. Falaria dela em páginas sem fim… páginas de amores, de entregas, de dádivas, de sorrisos, de sacrifícios, de paciência infinita e de lágrimas!
Levei anos para aprender a sua linguagem… para acreditar na genuinidade dos seus actos!
Mas aprendi com os exemplos que ela me deu e que se impregnaram cá dentro com a mesma força com que vivi a primeira paixão-que ela ajudou a curar!
(Mas ela nunca passou, como passam os amores fáceis, e nunca foi esquecida.)
É a única que hoje, do alto do seu metro e meio se atreve a:
oferecer-me uma palmada no rabo ou a
alertar-me que, para sempre, serei dona dos caminhos que escolher.

Quando conheci esta outra grande mulher ela sabia já o meu nome!
Começamos da forma mais improvável e mais desconcertante.
Partimos do zero, já bem adultas, certas que o destino nos uniu pela dor!

Hoje, partilhamos um caminho que roça os limites do racional.
Só ela para me atirar um bombom para dentro da carteira às escondidas, para ralhar com meiguice, para me perguntar como foi o meu dia (e me ouvir falar sobre isso, ou não!), para fazer o sacrifício de acompanhar as minhas neuras, de aguardar que eu saia da gruta sempre que preciso de me recolher…
E dela, também páginas e páginas escreveria…
Amo-a, com todo o meu coração e mais algum amor que apanho no ar.

Ele, conheci-o num local pouco propicio para amizades verdadeiras…

Mas contrariamos a natureza provável das coisas e… cá estamos nós!
Um Homem e uma Mulher, afinal, podem mesmo conviver (ou fazer parte da vida) sem se matarem, um ao outro, a longo ou médio prazo.
Aceito-o da exacta forma que é, na exacta proporção em que se dá.
Esteja ou não presente em palavras ou em gestos, simplesmente existe aqui… todos os dias!

Penso os mesmos pensamentos que ele, estou certa disso...

E pouco importa como gere a sua vida e o seu coração… é tão livre para este nosso amor como para qualquer outro...

Tem sempre a porta aberta…
Ora para sair, ora para entrar!
Amo-o, com todo o meu coração e mais algum amor que apanho no ar.

Em comum:
* Todos, dizem sem receios e sem preconceitos: amo-te. E, quando não o verbalizam, praticam-no ainda com maior dedicação. E retribuo, sem sequer pensar nisso.
* Estando longe ou estando perto, são o meu primeiro e último pensamento do dia. E é recíproco!
* Cada um de nós tem o seu espaço. O seu tempo. Os seus amores. As suas idas e os regressos… Aguardamo-nos sem impaciência e sem cobranças.
* O silêncio é usado com frequência... por todos os motivos e mais algum que descobrimos por momentos.
* Nos momentos difíceis, são eles a quem recorro. Quando temos vitórias logo arranjamos maneira de comunicar as boas-novas!
* Choramos tão abertamente, como abertamente partilhamos as coisas que se fazemos na vida e que não nos orgulhamos.

* Oferecemos a manga, para assoar o ranho.
* Passem muitos ou poucos dias, antes mesmo de se atender o telefone, conseguimos antever só pelo toque do telefone, como vai soar a voz e a alma de quem está do outro lado.
* Falamos de tudo… mas tudo… (nem que o tudo seja nada), menos da vida dos outros. Não há tempo a perder com o que não nos diz respeito…
* Daria, sem olhar para trás, o que de bom tenho dentro de mim, só para lhes colocar um simples sorriso no rosto.

Não nos interessa se é uma amizade, ou um amor, ou uma necessidade, ou uma ridícula forma de estar… aconteça o que acontecer, estamos, somos e manter-se-à eterno o AMOR…

Somos “anormais” perante muito, mas damos as mãos, sem pudor e desfilamos orgulhosos, perante os que simplesmente se permitem olhar e aceitar que… Amor e amizade são uma só face da moeda e que afinal é mesmo possível.

São seres fortes, corajosos, que lutam por sonhos e desistem... (mas só depois de tentar), que sabem o sacrifício que é preciso para se ser feliz a cada segundo que passa…

E por isso aceitam o melhor e o menos bom… com igual grau de gratidão!

ELES são SERES MAIORES!
São como os raios de luz,

que entram nos sítios mais imundos e

ainda assim saem deles tão puros como entraram.

E mais que isso!
Tive a sorte de me terem procurado.
De, entre milhões,

me terem encontrado e

(cegamente)

terem acreditado

em mim…

;)

AMO-VOS!
(Sem vergonhas ou tretas afins!)